Após
uma fase enquanto artista a solo, Sia - a cantora, compositora, produtora e
realizadora australiana - volta a destacar-se pelas músicas escritas para filmes
e artistas e pelas suas cooperações com bandas pop.
A
cantora, que escreve 10 músicas a cada três semanas como revelou em entrevista
ao The Guardian em 2016, lançou o seu último álbum no ano de 2017. A
australiana tem dado prioridade aos projetos e cooperações onde,
maioritariamente, apenas compõe música, o que lhe permite afastar-se da pressão
mediática. Discreta e usando uma peruca que lhe cobre grande parte do rosto, vê
na música uma forma de se libertar dos seus problemas pessoais.
O
novo ano tem trazido a cantora para as luzes da ribalta. Até à data, esta
lançou o seu mais recente single, 'Original', para o filme “Dolittle” e
teve uma participação especial na música 'On' do grupo de jovens sul-coreanos,
os BTS. Considerada, por uns, como a artista de vanguarda que usa uma peruca
metade branca, metade preta e, por outros, como a compositora preferida das
estrelas pop, Sia Furler é dona de um talento irrepreensível e de uma
facilidade imensa no que toca à composição de músicas.
Apesar
de ter tido uma amostra do que era a fama, em 2004, com a música 'Breathe Me',
que, na altura, apenas tocava em rádios alternativas, Sia só se tornou
mundialmente reconhecida após o êxito de 'Chandelier', em 2014. Até aí, a
cantora já tinha lançado cinco álbuns de estúdio a solo e compunha e produzia
músicas para artistas como Christina Aguilera. Porém, foi com o DJ francês
David Guetta e com a música 'Titanium', de 2011, que esta se tornou uma das
compositoras mais procuradas no mercado.
A
cantora já foi responsável pela composição de mais de 100 singles para estrelas
pop, no entanto, a sua ascensão não foi fácil. Decorrente da sua personalidade
frágil e dos problemas que lhe foram diagnosticados - bipolaridade, problemas
de alcoolismo e de abuso de drogas - Sia chegou a recusar promover o seu
trabalho através de entrevistas e aparições em rádios e televisões, chegando mesmo
a pousar na capa da Billboard com um saco de plástico na cabeça. No seu Twitter,
defendeu publicamente que a voz é a parte mais importante do seu trabalho e
que, não mostrando o rosto, não teria de lidar com “a injustiça de ser uma
estrela pop”.
Tendo
já produzido canções de sucesso para Beyoncé ('Pretty Hurts'), Rihanna
('Diamonds'), Jennifer Lopez ('Expertease') e muitos outros artistas pop, este
não é o seu registo preferido por
considerar as letras simples demais. No entanto, Sia adaptou-se à indústria
musical americana e tem sete álbuns de estúdio a solo, sendo os dois mais
aclamados pela crítica: “1000 Forms of Fear”, de 2014, que vendeu 2 milhões de
discos em todo o mundo, e “This Is Acting”, de 2016, que é composto na sua
maioria por músicas que foram escritas para outros artistas e não foram
incluídas nos seus álbuns.
Com
um talento nato de compositora, a australiana revelou à Rolling Stone, em 2018, que
chegou a escrever músicas em 14 minutos (nomeadamente, o hit número um
de Rihanna, 'Diamonds'), e, segundo a mesma, a fórmula é simples: primeiro, surge
a melodia e, depois, escolhe-se um conteúdo que faça sentido para o artista em
particular.
Versão em inglês aqui.
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