Todos nós somos, mais ou menos, sonhadores. Sonhamos vir a ser mais influentes ou sonhamos ganhar mais dinheiro, por exemplo. Basicamente, sonhamos ser melhores. No entanto, para ser melhores, precisamos de tomar riscos. Mas seremos todos nós pessoas de arriscar? Bem, esta série é, precisamente, acerca deste tipo de pessoa.
“Tiny Pretty Things” ganha vida na
Archer School of Ballet. Esta é uma academia de ballet de elite praticamente
frequentada por adolescentes filhos de pais ricos. Até que, um dia, tudo muda,
após a tentativa de homicídio da sua melhor bailarina, a nível mundial, Cassie
Shore (Anna Maiche).
De forma a manter a imagem e
integridade absoluta da escola, a ex-bailarina e diretora da mesma, Monique
DuBois (Lauren Holly), procura focar a atenção dos meios de comunicação social
numa nova aluna, Neveah Stroyer (Kylie Jefferson). Apesar de Neveah vir de uma
família mais pobre, ela possui o mesmo sonho de qualquer outro estudante: estar
na linha da frente do palco como bailarina principal.
A
personagem de Neveah é forte e predestinada. Ela será a disruptora do sistema e
irá lutar pelos direitos dos outros e pelos seus. Ela não aceitará ser chantageada tal como todas as
restantes personagens. De facto, existem muitas intrigas nesta escola. As
relações são baseadas em jogos de interesse. E, aos poucos, nos momentos
certos, todas elas nos são reveladas. Mas de uma coisa podemos ter a certeza, o
ballet não constitui um tipo de dança simples, nem muito menos uma forma de
negócio acessível a qualquer um. Por vezes, existe uma linha ténue entre os
negócios e o prazer, o que se torna bastante visível na série.
Numa
academia de elite como esta, a pressão para se ser o melhor bailarino é enorme.
Ao longo de todo o dia, existe sempre alguém que controla o que eles comem, o
que vestem, como se movem e quem tocam. Eles estão presos numa montanha-russa
com os seus rivais mais ferozes. E, mesmo assim, são chamados de “corpo do
ballet”, o mais baixo nível das companhias de bailado. Só nessa ânsia é que
existe poder, o que os leva a tomar riscos desmedidos de forma a se destacarem
do resto da multidão.
Como
consequência, nesta série, subsistem várias histórias de traições e mentiras
que as personagens têm de ultrapassar em busca de integração no desafiante
mundo do ballet. Todas estas personagens partilham um talento raro e paixão
pela dança. E, quando toca aos seus sonhos, não existe nenhum plano B. Como tal,
somos deixados com uma questão por responder até ao fim da série: quão longe
serão elas capazes de ir para tornar o seu sonho realidade?
A
Archer School of Ballet é superior a
qualquer aluno. Aqui, ninguém está a salvo e, num sítio como este, o melhor
dançarino será sempre alvo de inveja. Existirá sempre alguém, mesmo atrás dele,
à espera para conseguir tomar o seu lugar. Porém, há uma lição que se pode
retirar daqui, “se arriscarem demais e voarem muito alto”, poderão acabar como
a melhor bailarina da escola, numa cama de hospital, suplicando por uma réstia
de vida. Mas será a Cassie realmente quem julgamos ser?
Tal como nas histórias da Agatha
Christie, em “Tiny Pretty Things”, predominam personagens que podem ter
cometido o crime, pelas mais variadas razões. Até aqui, apenas sabemos que a
tentativa de homicídio ocorreu numa festa secreta com todos os alunos do
terceiro ano.
Mesmo no final da série, percebemos
que esta misteriosa e intrigante história irá continuar. Após a tentativa de
homicídio da Cassie se encontrar resolvida, a temporada termina com um novo homicídio,
desta vez, um homicídio consumado.
Versão em inglês aqui.
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