A ascensão da personagem feminina Harley Quinn em “Birds of Prey (e a Fantabulástica Emancipação De Uma Harley Quinn)”


A personagem Harley Quinn, que foi introduzida no universo da DC Comics em 1992 através da série animada de “Batman” e ganhou destaque por influência da sua relação com Joker, surge, agora, como protagonista em “Birds of Prey”.

Em “Birds of Prey (e a Fantabulástica Emancipação De Uma Harley Quinn)”, Harley Quinn, interpretada pela competente Margot Robbie, surge separadamente do vilão Joker, após a sua relação disfuncional e aditiva ter chegado ao fim. De forma divertida, irreverente e ímpar, o filme revela a ascensão da protagonista que vai surgindo cada vez mais determinada em alcançar o amor próprio.

Narrado na primeira pessoa, o filme catapulta Harley a ajudar o vilão do filme, Roman Sionis (Ewan McGregor), que procura resgatar um diamante roubado por uma adolescente carteirista, Cassandra Cain (Ella Jay Basco). Tendo perdido a imunidade de que até aí gozara em Gotham City, por se ter separado do seu companheiro, Harley Quinn vê-se embrenhada na situação para salvar a própria vida.

“Birds of Prey” constitui uma comédia de ação e aventura com óbvios contornos feministas assiduamente presentes na parceria improvável que surge entre Harley Quinn e as anti-heroínas Black Canary (Jurnee Smollett-Bell), Huntress (Mary Elizabeth Winstead) e Renee Montoya (Rosie Perez) - detetive da polícia de Gotham - que lutam para recuperar o diamante e salvar Cas das mãos de Roman Sionis.

Inicialmente apresentada pela DC como Harleen Quinzel, a psiquiatra de Arkham Asylum que enveredara pela área para entender o comportamento abusivo do próprio pai e o que o levara ao mundo do crime, esta acaba por se ver em situação idêntica. Seduzida e manipulada pelo seu mais notório paciente da altura, Joker, os dois envolvem-se numa relação onde o abuso verbal e físico e a manipulação têm lugar.

Ainda que criticado pelo enredo simples, “Birds of Prey” destaca-se no panorama do cinema atual pela pertinência da mensagem que transmite. Mais do que uma história de anti-heroínas cheia de momentos de ação e purpurinas tão próprios da protagonista, o filme subjaz nos ideais de empoderamento feminino e deve ser visto enquanto tal.

Realizada e escrita por mulheres (realização de Cathy Yan e guião de Christina Hodson) e produzida pela própria Margot Robbie, a longa metragem coloca em cena uma Harley Quinn independentizada, mais madura e que faz jus ao nome do filme.


Versão em inglês aqui.

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